Assistindo um filme qualquer, procurando algum sentido pra alguma coisa, ou apenas passando o tempo. O filme péssimo, atores conhecidos, o mesmo enredo de sempre, o casal se encontra por acaso, sofrem durante uma hora e pouco, e no final acontece uma briga, arrependido ele sai correndo do carro em um dia chuvoso e parte para os braços de seu grande amor. A cena do beijo final onde a música tema dos dois cresce e a câmera faz um giro em 360º no casal. Essa cena, tão romântica, tão cheia de amor, não me arranca nenhuma lágrima. Meu inconsciente parece informar que algo está errado comigo. Claro que isso é uma bobagem, segundo Freud nós não temos acesso ao inconsciente. Algo esta errado em tudo aquilo então. Um casal feliz não é normal. Gostamos de sofrer, e sofrer hoje em dia é normal. Se você observa alguém feliz quer dizer que você procurou a felicidade naquela pessoa, felicidade essa que você não possui. Então sentimos inveja, procuramos novamente e incansavelmente a tão sonhada felicidade e adivinha? Não a encontramos. Sofremos por isso. Sofremos por admitir isso. Então a vida nos prega uma grande peça parecida com a história do filme. Você encontra uma pessoa ao acaso, vê algo em comum então troca telefone, olhares, beijos e caricias. Ai quando tudo ta igualzinho ao filme, pertinho da cena onde tudo vai dar certo, a briga acontece, você percebe que essa pessoa não compartilha os mesmos planos que você – não que seja exatamente isso, mas essa é uma boa desculpa para jogar uma grade chance de ser feliz pela janela – e se separam. Não teve chuva, não teve beijo final. Apenas a câmera passando em 360º mostrando a nossa vida real do modo como é, e do modo como vai ser.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
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