Às vezes me pego agindo como se estivesse alguém esperando por mim. Digito um numero qualquer como se eu conhecesse e ligo. Claro que não termino a ligação, pois a gravação de créditos insuficientes me faz acordar do breve sonho. Algumas vezes o sonho se estende e eu imagino uma voz falando comigo. Tomo cuidado com os detalhes. Voz modificada pela a ligação, ruídos externos, não diz “Alô” diz apenas “Oi, meu amor!”. Um conforto que só a aquela voz me traz, quase um vício, finjo não ouvir para que diga de novo “Oi, ta me ouvindo amor?” respondo – em voz alta sim, por que estou sozinho, sonhando. – “Oi, onde você ta?”. Algumas vezes crio diálogos encaixando problemas do meu dia-a-dia, mas normalmente acaba no tão confortável “... ta me ouvindo amor?”. Não é crime sonhar, não tenho pudor em sonhar. Se eu falo sozinho? Mais do que o normal ousaria dizer. Carência? Quem não tem. Medo de nunca ouvir a voz? Desespero.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Talvez um retorno.
Li no twitter uma pessoa dizendo que era necessário um mínimo de narcisismo para achar que pessoas se interessem pelo que você escreve. No mínimo todos um dia já olharam seu reflexo na água de uma fonte ou um espelho qualquer, como narciso. Então se admiraram com a própria beleza e quiseram mostrar isso para alguém, nem que fosse uma beleza interior ou uma coisa sua que ache simplesmente brilhante. Mas talvez a escrita traga mais do que isso, talvez escrever afrouxa um pouco as cordas da insegurança que a cada amor, ilusão e pensamento nos enforcam sem dó. Fantasias, por que não organizá-las – mesmo sem entender – e divulgá-las, sem esperar que ninguém leia. Vamos apenas viver e expressar o que sentimos seja la como for.
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