quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Louco e ponto.

Às vezes me pego agindo como se estivesse alguém esperando por mim. Digito um numero qualquer como se eu conhecesse e ligo. Claro que não termino a ligação, pois a gravação de créditos insuficientes me faz acordar do breve sonho. Algumas vezes o sonho se estende e eu imagino uma voz falando comigo. Tomo cuidado com os detalhes. Voz modificada pela a ligação, ruídos externos, não diz “Alô” diz apenas “Oi, meu amor!”. Um conforto que só a aquela voz me traz, quase um vício, finjo não ouvir para que diga de novo “Oi, ta me ouvindo amor?” respondo – em voz alta sim, por que estou sozinho, sonhando. – “Oi, onde você ta?”. Algumas vezes crio diálogos encaixando problemas do meu dia-a-dia, mas normalmente acaba no tão confortável “... ta me ouvindo amor?”. Não é crime sonhar, não tenho pudor em sonhar. Se eu falo sozinho? Mais do que o normal ousaria dizer. Carência? Quem não tem. Medo de nunca ouvir a voz? Desespero.

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